Tempo para pensar

O mundo torna-se cada dia mais dinâmico e informatizado. A tecnologia virtual, especificamente, avança a passos largos, trazendo benefícios e também malefícios, sem muitas restrições e diferenças sociais. Facilidade para pesquisas e acesso a novas informações, troca de conhecimento, relacionamento com pessoas de diferentes lugares, liberdade para expressão de opiniões, proximidade de culturas diversificadas, jogos e redes sociais são alguns pontos positivos dessa evolução digital. 

Também existem aspectos negativos, como por exemplo, a exposição de dados pessoais, a insegurança quanto à veracidade das informações, o afastamento e isolamento social causados pelo uso em excesso dessa ferramenta. 

A conectividade exagerada pode revelar-se uma válvula de escape para aspectos relacionados a timidez, fuga de problemas pessoais e/ou familiares e depressão, dentre outros. O indivíduo aos poucos, passa a desvalorizar seus laços reais de relacionamento e começa a valorizar mais os virtuais, gastando oito, dez ou mais horas do seu dia com essa atividade.

Essa compulsão pelo mundo virtual traz consequências físicas e psíquicas sérias, como lesões por esforço repetitivo e problemas de coluna e circulação. Podendo ser comparadas, segundo alguns estudiosos, a vícios como alcoolismo e dependência química.

Chamado também de cyber vício, net vício, compulsão ou internet-dependência, esse exagero pode comprometer uma pessoa por meio de dificuldades de concentração, queda do rendimento escolar e profissional, distúrbios no sono, problemas de relacionamentos interpessoais e falta de privacidade, dentre outras causas.

Mas, como identificar? Requer atenção de pais, familiares e cônjuges o aparecimento de alguns dos seguintes pontos: redução da vida social, aparecimento de olheiras profundas aumento de peso devido a má alimentação e falta de movimentação, preferência por ficar on a off-line, deixando a vida social de lado, angústia quando está desconectado, mentiras sobre o tempo em que está na rede, interferência na vida normal e estresse na família e em suas relações de amizade e no trabalho.

Não existe quantidade certa para tais características surgirem. Porém, existe sim a necessidade de atenção a esses aspectos em cada indivíduo.Cada um conhece seus limites, sua dose ideal, e esse controle, apesar de difícil, pode ser feito por conta própria. Às pessoas mais próximas cabem sinalizar quando algo está diferente do usual. O excesso pode não ser saudável e o uso da internet, especialmente para crianças e adolescentes, necessita ser observado pelos responsáveis.

No caso dos adultos, esse papel também pode ser desempenhado pelos familiares que auxiliam no controle. Indiscutivelmente, a revolução digital e tecnológica proporciona diversas facilidades e muitos aprendizados.

Contudo, o ser humano necessita relacionar-se com outros para se desenvolver, crescer e aprender. O afastamento ocasionado pela internet-dependência dificulta que isso ocorra, levando a reflexão de que, de fato, “Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo” (John Donne, poeta inglês).

Dica: Documentário “Nação digita”, debate sobre a vida na fronteira virtual. Quais as implicações da vida em um mundo de tecnologia? Qual é o impacto da conectividade constante para as gerações? Fenômenos como os jogos on-line e implicações práticas sobre como manter a atenção do aluno, que se distrai navegando na internet ou mandando mensagens em sala de aula.